O diálogo com comunidades acadêmicas e científicas de todos os continentes, o acesso a produções artísticas e culturais de diferentes países e o domínio de diferentes línguas são componentes importantes para uma formação de qualidade, para a produção científica atualizada, para a valorização da diversidade e da pluralidade de ideias e para o respeito aos direitos de todas as pessoas. Uma política institucional de internacionalização mostra-se, assim, indispensável para a efetivação de um projeto de Universidade de excelência, plural, diversa e inclusiva.

Nos últimos quatro anos, tivemos muitas conquistas na internacionalização da UFPA. Na área de cooperação científica, aumentamos o número de auxílios do Programa de Apoio à Cooperação Internacional (PACI), assim como os auxílios do Programa de Apoio à Publicação Qualificada (PAPQ). Como fruto do PACI, desde 2017 foram realizadas 16 Jornadas de Cooperação Internacional, com conferências de pesquisadoras(es) estrangeiras(os) de variadas áreas de conhecimento, abertas à comunidade e transmitidas ao vivo, sobre temas emergentes nas respectivas áreas.

Em um momento de limitação dos recursos para a pesquisa no país, nossas publicações em revistas científicas indexadas na principal base de dados internacionais, a Web of Science, cresceu 30% no curto período de três anos, entre 2016 e 2019, passando de 956 (2016) para 1.246 (2019). E o número de citações de trabalhos da UFPA na mesma base de dados, no mesmo período, aumentou 56%, passando de 10.068 para 15.747 citações. Portanto colhemos resultados muito mais significativos em volume, qualidade e visibilidade internacional de nossa produção científica.

Avançamos com as oportunidades de cursos de língua estrangeira, inclusive com a oferta inédita de curso de Mandarim, a partir de cooperação estabelecida com o Instituto Confúcio, da China. Também recebemos novo leitor de Francês, a partir de acordo estabelecido com a Embaixada da França. 

Em 2017, a UFPA tornou-se a sexta Universidade brasileira a contar com uma Cátedra do Instituto Camões. No mesmo ano, a Cátedra foi instituída em cerimônia na UFPA com a participação do Embaixador de Portugal no Brasil. Desde então, a Cátedra tem realizado diversas atividades de promoção da cultura portuguesa e de cooperação entre grupos de pesquisa da UFPA e de Universidades portuguesas. Merecem destaque nessas programações, a exposição “Saramago – Os Pontos e a Vista”, o espetáculo “A Carta de Caminha”, a reunião de todas as Cátedras brasileiras do Instituto Camões, na UFPA, em 2019. Realizada no espaço Mercedários | UFPA, a reunião contou com a presença do Presidente do Instituto Camões e do Embaixador de Portugal. Também foi realizada a exposição “Maria da Glória: Princesa do Grão-Pará e Rainha de Portugal”, em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP).

Em 2019, a UFPA foi selecionada pela CAPES como uma das três instituições brasileiras para participar de um programa de internacionalização, em parceria com a Fulbright e com o American Council of Education (ACE). O programa Laboratório de Internacionalização tem duração de dezoito meses e oferece assessoria para um planejamento estratégico da internacionalização na UFPA.

Concebemos, construímos e inauguramos, em 2020, o Centro de Internacionalização da UFPA, uma estrutura das mais importantes para consolidar a atuação na área de cooperação internacional. Localizado nos antigos pavilhões do Setor Básico do Campus do Guamá, o Centro sedia um Escritório para a Recepção de Pesquisadoras(es) Estrangeiras(os), um Serviço de Apoio à Mobilidade e à Cooperação Internacional, uma Secretaria do Programa Idiomas sem Fronteiras, a Cátedra João Lúcio de Azevedo, do Instituto Camões, a Casa de Estudos Germânicos, a Casa Brasil-África, a Casa de Estudos Francófonos, o Centro de Recursos Didáticos de Espanhol e uma sala do Instituto Confúcio, além de ambientes para cursos de línguas e palestras sobre culturas estrangeiras. 

Fortalecemos o diálogo institucional com as(os) discentes estrangeiras(os) na UFPA, por meio da Associação de Estudantes Estrangeiros (AEE), que passou a contar com um espaço no Pavilhão da Inclusão (Setor Básico do Campus do Guamá). Estimulamos e apoiamos a realização de atividades de promoção das culturas dos países de origem de nossas(os) discentes estrangeiras(os).

Em 2019, pela primeira vez, a Universidade Federal do Pará figurou no ranking das melhores Universidades do mundo publicado pela Times Higher Education, um reconhecimento da qualidade e da visibilidade internacional do trabalho que realiza. Na América Latina, a UFPA aparece entre as setenta melhores instituições. Em 2020, mais expressivo ainda, a UFPA foi classificada pela Times Higher Education entre as trezentas melhores Universidades do mundo em impacto econômico e social, tendo como referência os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O resultado demonstra que a UFPA trabalha sintonizada com as necessidades mais emergenciais da sociedade, solucionando problemas presentes e com o horizonte de um futuro com inclusão e sustentabilidade.

A fim de conquistarmos novos patamares no processo de internacionalização da UFPA, propomos:

• Buscar novas parcerias com instituições e agências de cooperação, que possam representar novas oportunidades de interação de grupos da UFPA com equipes de outros países que compartilham interesses acadêmicos, científicos, artísticos e culturais.
• Desenvolver, no Centro de Internacionalização da UFPA, uma programação semanal de promoção de culturas estrangeiras.
• Criar novas turmas de cursos de línguas estrangeiras para a comunidade da UFPA.
• Estimular parcerias entre pesquisadoras(es) e instituições, fortalecendo mecanismos de apoio institucional, incluindo o Programa de Apoio à Cooperação Internacional (PACI).
• Promover a mobilidade bilateral de docentes e discentes da graduação e da pós-graduação.
• Estimular a criação de programas de dupla titulação nos níveis de graduação e pós-graduação.
• Fomentar a celebração de protocolos e de convênios entre a UFPA e instituições estrangeiras com o objetivo de promover o intercâmbio docente e discente.
• Promover a visibilidade internacional da ciência desenvolvida na UFPA.
• Atrair pesquisadores de instituições renomadas (recém doutoras(es), pós-doutoradas(os) ou pesquisadoras(es) sênior), simplificando os procedimentos de contratação de visitantes ou de seleção de docentes para o quadro permanente.
• Criar mecanismos de atração de alunas(os) de graduação, pós-graduação e de pós-doutorado, de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordo de cooperação educacional, cultural ou de ciência e tecnologia, fortalecendo o papel da UFPA como centro de excelência internacional.
• Assessorar e dar suporte logístico e operacional às diversas unidades acadêmicas da UFPA na implementação da cooperação internacional.
• Investir em parcerias no âmbito cultural junto às Embaixadas Estrangeiras no Brasil.
• Estimular e apoiar a realização de Semanas Culturais Estrangeiras.
• Aprimorar a sistematização de informações institucionais para avaliação e participação em rankings internacionais, como o Times Higher Education.