O ensino de graduação constitui uma missão básica da UFPA e deve ser tratado como prioridade institucional. Partimos do reconhecimento de que a formação de alto nível requer o planejamento de ambientes e atividades desafiadores e estimulantes, capazes de mobilizar a motivação e a dedicação das(os) discentes. No mundo contemporâneo, em que volumes consideráveis de informação circulam em alta velocidade, por meios diversos, as atividades de formação mais atrativas e eficientes não são apenas aquelas que colocam os discentes em contato com conteúdos novos, mas também as que promovem habilidades para tratar de modo criativo e inovador o saber disponível e para produzir conhecimento novo. As atividades formativas devem, portanto, estimular o desenvolvimento da autonomia da(o) discente, qualificando-a(o) para interrogar criticamente modelos de atuação profissional e seus impactos para a população, no contexto da realidade local e regional da Amazônia.

Ao longo dos últimos quatro anos, executamos um conjunto de políticas e investimentos que vêm transformando a formação na graduação na UFPA. Criamos o programa de Apoio à Infraestrutura de Laboratórios de Ensino de Graduação (LABINFRA), com o propósito de apoiar projetos inovadores de ensino, com maior foco em atividades práticas e laboratoriais. O programa tem como foco a instalação/recuperação de laboratórios de ensino. Mais de trezentos laboratórios foram atendidos, abrangendo todos os campi. Apesar das dificuldades orçamentárias o programa foi executado e envolveu a destinação de mais de R$15 milhões em quatro anos.

Aprovamos no Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE) a proposta de flexibilização curricular dos cursos de graduação (Resolução 5.107/2018) e temos assessorado as subunidades interessadas na implantação da proposta, que já conta com infraestrutura no sistema de gestão acadêmica (SIGAA). Com a flexibilização, as(os) discentes terão acesso a uma formação mais multidisciplinar/interdisciplinar, construindo parte de seu percurso acadêmico com base em seus interesses intelectuais e profissionais. A medida também regulamentou a oferta, pelos Núcleos, de disciplinas para a graduação, em temáticas com enfoque interdisciplinar, sem a necessidade de criar curso de graduação.

Também criamos o programa de Acompanhamento dos Cursos de Graduação. A iniciativa toma como referência o Acompanhamento da pós-graduação, programa que vem sendo muito bem sucedido na promoção da qualidade acadêmica e científica da UFPA, mas leva em conta as características específicas da graduação. O Acompanhamento da Graduação é opcional, provê consultoria externa e uma metodologia de trabalho para construir diagnósticos e projetar metas acadêmicas de curto, médio e longo prazo. O programa promove, portanto, a avaliação, planejamento e monitoramento dos cursos de graduação, com suporte de consultoras(es) externas(os), para estimular a elevação da qualidade do ensino de graduação, contribuindo para dar materialidade ao atual Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI/UFPA). O programa não se sobrepõe, nem concorre com outras iniciativas de avaliação e aprimoramento, sejam elas externas (como o ENADE) ou internas (como os processos realizados pela Comissão Própria de Avaliação – CPA). Ele focaliza aspectos relacionados à qualidade da formação oferecida que podem ser preditores do sucesso dos egressos dos cursos em suas atuações posteriores na sociedade.

Iniciamos, em 2019, um programa voltado ao aprimoramento do sistema de gestão do ensino de Graduação, o GestQuali, que discrimina funções de gestão administrativa e funções de gestão acadêmica, planeja as rotinas da gestão na Graduação em várias esferas e oferece apoio de pessoal. E investimos fortemente na modernização dos ambientes de aulas (a exemplo da estruturação do Mirante do Rio e dos blocos que atendem os cursos do Instituto de Tecnologia, em Belém), em todas as áreas e todos os campi.

Criamos e ampliamos programas de monitoria, residência pedagógica e iniciação à docência (PIBID), oportunizando experiências de formação tanto a discentes das licenciaturas quanto de cursos tecnológicos e bacharelados.
Criamos, nos últimos quatro anos, novos cursos de graduação na UFPA, abrangendo vários campi: Conservação e Restauro (Belém), Licenciatura em Física (Salinópolis), Desenvolvimento Rural (Belém), Tecnólogo em Agroecologia (Abaetetuba), Tecnologia em Produção Cênica (Belém) e Bacharelado em Biblioteconomia (modalidade a distância). Também implantamos o curso previamente criado de Medicina, em Altamira.
Acompanhando esse cenário de avanços, nossas propostas para o ensino de graduação compreendem ações relacionadas à infraestrutura, à promoção da qualidade e à gestão do ensino na UFPA. Elas incluem:

• Fortalecer o LABInfra, com o propósito de apoiar a construção, atualização e modernização de laboratórios de ensino. Garantir dotações financeiras regulares para o programa, de modo a atender novas propostas de laboratórios e manter com qualidade as estruturas já estabelecidas, inclusive quanto ao necessário custeio de insumos e bolsas de monitoria.
• Criar o Programa de Tutoria, para o apoio pedagógico a discentes. Apoiar e executar, em parceria com as unidades, programas voltados à redução da retenção e da evasão.
• Prover apoio técnico às Faculdades com vistas à implementação da flexibilização curricular, aprovada pela Resolução 5.107, do CONSEPE/UFPA, em 26 de outubro de 2018.
• Expandir o programa de Acompanhamento da Graduação, a fim de atender um número maior de cursos, em todos os campi.
• Expandir o modelo de gestão de instalações para o ensino de graduação, desenvolvido inicialmente no Mirante do Rio (Campus Belém) e já estendido aos cursos do Instituto de Tecnologia (ITEC). O modelo prevê salas confortáveis, com mobiliário, equipamentos multimídia, apoio logístico de pessoal e uso compartilhado dos espaços.
• Garantir os recursos necessários às atividades de campo dos cursos em que são previstas como atividades formativas curriculares.
• Avançar com as ações de promoção da inclusão social e do respeito à diversidade em todos os ambientes da UFPA, com o protagonismo da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (ADIS), criada em 2017.
• Implementar as ações de combate à discriminação, ao assédio e ao preconceito, com base na Resolução 815/2020, aprovada pelo CONSUN em março de 2020.
• Estimular a adequação dos projetos pedagógicos à realidade regional, de modo que os cursos tenham identidade própria, referenciada pelo ambiente em que são ofertados.
• Avançar na autonomia das unidades e subunidades na gestão acadêmica dos cursos de graduação com o apoio do SIGAA.
• Estender o programa de Gestão de Qualidade na Graduação (GestQuali) a um número maior de subunidades, em todos os campi. O programa prevê a gestão acadêmica por docentes e a gestão administrativa por servidoras(es) técnico-administrativas(os) de nível superior, com programas específicos de formação para cada função e acompanhamento pela PROEG e PROGEP.
• Promover programas de qualificação das(os) gestoras(es) da graduação, utilizando a experiência do GestQuali e do Acompanhamento da Graduação.
• Promover programas de formação continuada para docentes, abordando conteúdos pedagógicos e conteúdos formativos para a promoção do respeito à diversidade e integração às políticas de ação afirmativa na instituição.
• Incrementar a formação cultural, promovendo atividades das Escolas de Música e de Teatro e Dança nos campi (ver item “Arte e Cultura”, adiante).
• Incrementar a formação para a cidadania e para a valorização da diversidade, com atividades de promoção das culturas dos povos da Amazônia.
• Incrementar a formação geral com atividades de ensino de línguas e promoção de culturas estrangeiras no recém inaugurado Centro de Internacionalização (Blocos “E” e “G”, Campus Belém) e nos campi do interior.
• Expandir a oferta de bolsas de Iniciação Científica, de Iniciação à Extensão, de Monitoria e Iniciação à Docência, bem como oportunidades de atuação voluntária em projetos de pesquisa, de extensão e de ensino.
• Estimular e apoiar propostas formativas inovadoras, que valorizem a interdisciplinaridade e a integração ensino-pesquisa-extensão.
• Aumentar o investimento no Sistema de Bibliotecas da UFPA. Incrementar os serviços de apoio às(aos) discentes com deficiência. Buscar recursos para a expansão e criação de novos serviços nas bibliotecas.
• Incrementar programas de mobilidade e intercâmbio acadêmicos. Propiciar a um número maior de discentes a experiência de interação com ambientes acadêmicos diversos, no país e no exterior. Buscar parcerias institucionais, a exemplo da que foi estabelecida com a UNICAMP, em 2019, para o programa “Ciência e Artes – Povos da Amazônia”. • Aumentar as oportunidades de estágio para graduandos por meio da cooperação com instituições públicas e privadas e avanço da integração da graduação com a estrutura de serviços da UFPA.

Estas propostas são complementadas com as descritas nas demais seções deste Programa.